sexta-feira, 14 de maio de 2010

“ IFÁ, O ORIXÁ DOS VATICÍNIOS ”

“A LENDA DE IFÁ ”.

Ifá é o Orixá de maior expressão dentro do Candomblé, possuidor de todos os mistérios do destino humano, por ser ele um Orixá de quatro olhos, dois dormem de dia e os outros dormem à noite. Foi entre todos os Orixás escolhidos por Orunmilá e Obatalá, para ser o guardião dos segredos e mistérios de ambos.

No princípio do mundo, existiam indivíduos incapazes de ouvir ver e calar, era no Reino de Abeokutá na África e no Reino de Obatalá, chegou ao ponto desses indivíduos se transformarem em clamor publico. Como não podia deixar de ser, chegou ao conhecimento dos soberanos o desgosto em que vivia seu povo, então eles resolveram em uma reunião secreta, escolher um homem que tivesse olhos e não enxergasse, tivesse ouvidos apurados e não ouvisse, e boca e não falasse.

Isto acertado resolveram eles dar uma grande festa, primeiro no Reino de Abeokutá, para onde mandaria Obatalá seus nobres, e a segunda no Reino de Obatalá, para onde mandaria o seu Rei a neta de seus nobres, e assim foi feito. Os nobres de Obatalá foram convidados pelo Reino de Abeokutá, e Ifá magnificamente recepcionados com o banquete e festa a eles oferecida. De regresso ao seu reino desmandaram a contar tudo que viram e fizeram críticas de tudo sem guardar nenhum segredo, ficando Obatalá profundamente aborrecido por não encontrar em seus nobres um capaz de guardar consigo o que sabia.

Foi então organizada a festa no Reino de Obatalá, para onde foram convidados os nobres do Reino de Abeokutá, entre eles havia um que não era bem visto pelos demais, por ser calado e gostar de andar sozinho, e também só comia tudo de dois em dois, tinha quatro olhos, como também não permitia que mulher alguma pegasse no que era seu, sempre carregava em grande saco as costas, que servia de brincadeiras para seus pares, no que ele sempre respondia um dia vocês virão a precisar de mim. No que aumentava as brincadeiras dos seus pares. Assim partiram eles para o interior da costa da África, sem darem maior importância ao nobre de saco nas costas. Lá chegando de tudo reparavam e criticaram sem lembrarem-se que ali estavam como nobres convidados de Obatalá, a não ser o velho de saco às costas, que tudo via e nada via, tudo ouvia e nada dizia, assim chegou o dia do banquete onde havia de tudo do bom e do melhor de comidas africanas: ovelha, galos, galinha, patos, galinha d’angola, ogbi, obi, orobô, cebola, óleo de dendê, vinho de palmeira, ebô, bananas, acaçás brancos doa costa, acarajé, abará, efó, ekurú, vatapá, caruru e aberém.

E assim como toda a comitiva comeram e beberam a vontade, porém o nosso velho que de tudo comia colocava um pedaço no saco que trazia consigo, como também de tudo que bebia colocava em pouco em uma cabaça, e que aumentou mais a crítica de seus pares, que não hesitaram em chamá-lo de guloso. Ao regressarem ao seu Reino, vieram eles a comentarem e criticar tudo que viram e ouviram, deixaram o velho do saco para trás, pois que do seu saco exalava um grande mau cheiro.


Pois antes do regresso Obatalá, mandou que seus servos partissem tantos obis, quantos era o número dos seus convidados e enchesse de ouro e prata, e ofertou a cada um deles uma bolsa, dizendo-lhes que era uma lembrança da festa, eles então recusaram dizendo que não podia aceitar, por ter seu pai Orunmilá, proibido que eles comessem aquela fruta, porém, Exu não tinha fé em nada, e aceitou logo duas, ora não deixou Obatalá de censurar o procedimento de Exu, foi então que explicaram a história de Exu. E assim chegaram eles ao Reino do seu Pai, que imediatamente passou a interrogá-los e eles não esclareciam nada do que viram e ouviram, quando o pai perguntou-lhes se não tinham lembrado dele, aos seus nobres, responderam-lhe:

- Não o esquecemos um só minuto, Senhor Então perguntou o Pai:

-E que provas me dás de que não me esqueceram?

Eles abaixaram a cabeça e nada responderam, e por sentir a falta de nosso velho, por ele perguntou:

- Onde está o homem de quatro olhos?

Responderam que ele vinha muito atrasado, pois carregava um enorme saco cheio de tudo que havia no banquete exalando mau cheiro. Ordenou então que ao chegar viesse a presença dele, Orunmilá.

Exu que chegou todo sujo e esfarrapado pegou seus dois orobôs partiu os para cozinhar e comê-los, eis que teve a surpresa, por encontrar prata e ouro em profusão, mais do que depressa correu a loja e comprou o que havia de melhor e ricamente trajado apresentou-se no meio dos outros que admirados perguntaram:

- Kiloxê, Oumim Oba-Obé.

Respondeu-lhes Exu:

- Xale, Ogun o Nirê, Oreguê, Forogun, Madê Oreguedê.

Dois dias depois chegou o nosso velho, que se apresentou imediatamente ao pai, ora, os seus pares correram logo para assistirem o que ele iria dizer ao Pai, e assim ficaram na expectativa, aí na presença de todos passou o Pai a travar com o nosso velho o seguinte diálogo:

Pai: - como foi a viagem meu filho?

Velho: - bem meu pai.

Pai: - que viste e ouviste por lá?

Velho: - Senhor, vi e ouvi muita coisa.

Pai: - e não me contas o que viste e o que ouvistes?

Velho: - Senhor, eu fui convidado, e não espião, por isso não fica bem dizer o que vi e ouvi, porque nada do que vi e ouvi refere-se ao nosso Reino.

Pai: - e lá tu lembraste de mim?

Velho: - sim, meu Pai.

Pai: - e que provas me dá?

Velho: - eis aqui meu Senhor, abrindo o saco mostrou ao Senhor seu pai tudo o que nele havia, dizendo, sei que não serve para meu Pai comer nem beber, porém foi a única maneira que encontrei de provar que não estava esquecido de Vós.

Então o Pai, levantou-se e perante todos abraçou seu filho dizendo:

- Tu serás o guardião de meus segredos, só tu participarás e só tu poderás revelar o passado, o presente, e o futuro de todos nós. Serás o grande conselheiro do meu reino, e serás ouvido em todas as questões que houver. Tu serás o grande inimitável Ifá. Eis porque, quando alguém encontrar um velho e de abada amarelo com barrete na cabeça, um fio de contas verde e amarelo no pescoço, e uma mochila do lado que traz dentro dela uma esteirinha de costa, 42 búzios da costa, um obi, um orobô, e oito bolinhas de dendê. Estará diante de Ifá, que bem poucos Babalorixás conhecem.
Este Orixá, não incorpora na cabeça de ninguém, quando porém, alguma pessoa tem a ventura de tê-lo como principal, o Orixá Ifá, faz-o o assentamento de Ifá, e faz-se Orixá Ogun ou Oxun. As Oxun, que se faz no lugar de Ifá, são as seguintes: Oxun Abotô, Oxun Ypondá, Yêyê Mouô, que são as Apetibi de Ifá.

“CORRESPONDENCIA DOS ODUS DO YFÁ”

COM RELAÇÃO AOS BÚZIOS


OPELE YFÁ AGBÀ ODU – “ÁFRICA” KAURIS (BÚZIOS) – “BRASIL”

1) - OGIOBÈ----------------------------------1) – OKARAN
2) – OYEKU – MÈJÍ--------------------------2) – EJIOKO
3) – WORI – MÈJÍ----------------------------3) – ETAOGUNDÀ
4) – ODI – MÈJÍ------------------------------4) – IOROSUN
5) – IOROSUN – MÈJÍ------------------------5) – OSE
6) – OWARIN – MÈJÍ-------------------------6) – OBARA
7) – OBARA – MÈJÍ---------------------------7) – ODI
8) – OKARAN – MÈJÍ-------------------------8) – EJIONILE
9) – OGUNDÀ – MÈJÍ-------------------------9) – OSSA
10) – OSSA – MÈJÍ---------------------------10) – OJIOFUM
11) – YKA – MÈJÍ-----------------------------11) – OWARIN
12) – OTUOPORAN – MÈJÍ-------------------12) – EJILASEBORA
13) – OTUA – MÈJÍ---------------------------13) – ODILOBAN
14) – IRETE – MÈJÍ---------------------------14) – YKA
15) – OSE – MÈJÍ------------------------------15) – OBEGUNDA
16) – OFUN – MÈJÍ----------------------------16) – ALAFIA


OBSERVAÇÃO:

O jogo de OPELE YFÁ deve ser somente jogado por homem, e principalmente por aquele que tem realmente cargo, ou seja, “CARGO DE ALUWO”, e nós aqui no Brasil usamos na maioria das casas antigas até as mais novas o JOGO DE KAURIS – que adaptado ao OPELE YFÁ – com todos os seus versos e ensinamentos, podem ser usados normalmente pelos BABALORISAS e YALORISAS – que realmente detenham o conhecimento, esta investidura fascinante adivinhatória, é estudada um pouco diferente, porém que no final traduzem as mesmas respostas dos nossos ancestrais e ORIXÁS e tanto isso é verdade que aí está o CANDOMBLÉ no Brasil cada vez mais forte e divulgado, não pertencendo a somente como antigamente a um grupo reduzido de escravos crentes, mas a uma sociedade cada vez mais elitizada, esclarecida e culta, que para o nosso bem religioso elevará com os conselhos dos nativos antigos, que devemos respeitar o nome dessa RELIGIÃO MAGNÍFICA QUE É O CANDOMBLÉ. Hoje já é comum ver-se um doutor ou doutora, intelectuais e pesquisadores deitados em uma esteira fazendo santo ou tomando obrigações de cabeça, e porque não? ... Dependerá somente de nós, daquilo de bom que transmitimos, para todos os que nos procuram e aceitam a nossa RELIGIÃO.

Comunicado:

Devido à ética que nós ZELADORES DE SANTO, temos que ter muitas coisas sobre fundamento, não pode ser exibido para o povo em geral, uma delas é o jogo dos Odus. Mas como existe muita gente jogando Búzios, totalmente desprovido de conhecimento sobre o assunto, talvez por falta de oportunidade de aprender com quem saiba e quem possa ensinar o certo, ou até mesmo devido à situação financeira das pessoas que se valem do jogo de Ifá para ganhar alguns.
Então para estas pessoas resolvi escrever algumas coisas a respeito. Para que elas vêem que o jogo de Ifá não é brincadeira, e muito menos uma fonte de renda de onde as pessoas podem tirar o sustendo para si próprio ou mesmo para as suas famílias.

Aproveitando-se da ingenuidade e boa fé do povo carente.

Axé a todos...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO - Sobre universo dos Odus

Este trabalho de pesquisa que estão guardados por muitos anos, por zelador importante e antiguíssimo já falecido e cujo nome por questão de ética não é neste trabalho mencionado, mas que vem dar uma contribuição enorme para aqueles que com muito sacrifício vem tentando de uma maneira ou de outra conseguir uma oportunidade para conhecer os segredos e mistérios que envolvem os divinos e místicos ODUS e seus OMO-ODUS, dentro de uma característica de beleza e magia que ao tomar-mos conhecimento ficamos contagiados, pelas diversas formas como se apresentam os destinos que regem as pessoas, cujos arquétipos são dos mais variados, porém que são perfeitamente enquadrados dentro do motivo discursivo de suas origens e propriedades do contexto.
Você tomará conhecimento de duzentas e cinqüenta e seis Odus, dos quais você terá também a sua disposição duzentos e cinqüenta e seis ebos, próprios dos Odus, que lhe ajudarão a tirar qualquer pessoa do desespero em que vivem desde que estes karmas ou provações realmente não lhes pertençam, e estejam sendo atuados, tão somente por um ciclo de infelicidades constantes da roda da vida, É sabido pelos estudiosos sacerdotes, de que muitas coisas que passamos na vida por momentos não nos pertencem realmente. Adquirimos cargas magnéticas negativas motivadas pelo ambiente que às vezes freqüentamos, como se fossemos verdadeiros pára-raios, consequentemente da nossa mediunidade expressiva, que podem atrair tudo que no ambiente bom ou ruim por ventura estejamos presentes.
As lendas dos Odus, os seus encantamentos, o que realmente trazem e nos transmitem seus nativos são por demais fascinantes, e se os sacerdotes têm em sua sabedoria os problemas dessa ciência oculta e mística, fatalmente saberão atenuar os sofrimentos de muita gente perdida neste mundo tão conturbado pela violência, pela maldade, pela falta de amor e principalmente pela crença real de que um dia foi agraciado pelo criador, para que viéssemos a Terra para tomar-mos o contato do hálito divino da vida que é tão boa e tão linda, e das quais muitos dos filhos da Terra se esqueceram de que o CRIADOR ainda existe, e está presente em todo ser, numa partícula dentro de nós.
Você que nunca tomou conhecimento e um contato mais aprofundado com os magníficos Odus, não devem estranhar os tipos de ebos diferentes e característicos, por que conforme informamos acima eles são adequados exatamente para os Odus. Atente que no decorrer das dissertações, você vai tomar conhecimento delas, e como bom observador verá que nos ebos de Odus não se usa sacrifícios de animais em hipótese alguma e os ingredientes e materiais usados são também diferentes. Os animais são usados, porém soltos e vivos, como uma referencia de preservação à vida. Aí estão algumas orientações para seu uso, você que agora, vai entrar nesse mundo espiritual maravilhoso, e que lhe trará muitas satisfações de ver resolvido quando realmente a pessoa merecer, todos os problemas que o afligem, e nesse momento sem vaidade, vão se sentir mais felizes, você que é um verdadeiro crente e respeita este sistema de trabalho por Odus.