sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

OXUN, Odu Oxé N° 05:‎

Odu Oxé N° 05:‎


Este Odu foi gerado por cinco espelhos, um pano bem alvo, na beira do rio. Foi ‎concebido este Odu sem pecado original, desta concepção a primeira filha foi Oxun ‎Ajimun, a mais velha das Oxuns

Personalidade deste Odu:‎
Os filhos deste Odu representam a falsidade, são traidores, volúveis, instáveis, ‎inconstantes, choram a toa e com muita facilidade e por qualquer coisa, por isso os ‎Babalawos dizem que devem ter cautelas com as pessoas da Oxun, que é dona deste ‎Odu.‎

Responde pelo Odu Oxé:‎
Omolú, Oxun e Yemanjá,‎

OBS.: este Odu não possui ‎ partes negativas,‎ ‎ ‎ Os ebós relacionados ‎ abaixo são para ‎ agradar este Odu. Veremos em outras postagens.‎ Omos-Odus de Oxé:‎
‎1° - BEUIM‎
‎2° - NILÁ‎
‎3° - EPONDIA‎
‎4° - KUKUASSE‎
‎5° - XERE‎
‎6° - SONAN‎
‎7° - MISSIWA‎
‎9° - ONTE‎
‎10 - ODA‎
‎11° - KANAN‎
‎12° - YABOSSI‎
‎13° - OXIM‎
‎14° - YABATAN‎
‎15° - DIJIN‎
‎16° - AKANDI ‎ agradar este Odu.‎

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A SABEDORIA DE UM IMPERADOR.

A tempo da vida do homem é um instante,‎
Sua substancia, fluente: suas sensações ‎indistintas, O conjunto de todo o seu ‎corpo, uma fácil decomposição; Sua alma, ‎um turbilhão; seu destino, dificilmente ‎previsível; Seu renome, uma vaga opinião. ‎Para resumir,‎
Tudo que pertence a seu corpo é água ‎corrente;‎
Tudo o que vem da sua alma, sonho e ‎fumaça.‎
Sua vida é uma guerra, uma estada em ‎terra estranha;‎
Seu renome póstumo, um esquecimento
Quem nos pode guiar, então? Uma só e ‎única coisa a Filosofia.E nisso consiste a ‎Filosofia em velar para que o gênio que
Existe em nos viva sem ultrajes e sem ‎danos e fique acima dos prazeres e das ‎dores; Que nada faça por acaso, nem por ‎fingimento; e que ele não se preocupe ‎com que os outros façam ou deixem de ‎fazer. E, além disso, em aceitar o que lhe ‎acontece e o que lhe é destinado como ‎vindo da mesma fonte de que ele mesmo ‎procede. E, sobretudo, um esperar a morte ‎com um espírito sereno, sem ver nela ‎nada mais que a dissolução dos elementos ‎de que é composto cada ser vivo. Se ‎quanto a esse elemento não há nada de ‎assustador em que cada um se transforme ‎continuamente em um outro, porque ‎temeríamos a transformação e a ‎dissolução do seu conjunto? Essa é a lei ‎da natureza; e nada é mau quando ela se ‎origina. ‎
Muitos procuraram uns retiros nus campo ‎nas praias, nas montanhas. E tu meso ‎acostumas-te a desejar ardentemente ‎esses lugares de isolamento. Mas tudo ‎isso é vulgar porque podes,‎
Mo momento em que quiseres, retirar-te ‎em ti mesmo. Em nenhum lugar, com ‎efeito, o homem encontra mais tranqüilo e ‎calmo retiro que em sua alma, ou se ele ‎possui em seu foro intimo essas noções ‎sobre as quais basta que ele se incline.‎

Para que adquira uma quietude absoluta. ‎Concede-te assim, permanentemente, esse ‎retiro e renova-te. Mas que aí se ‎encontram essa máxima concisa e ‎fundamental, que quando as encontrares ‎te sentirás penetrado por seu espírito e ‎voltaras, isento de amargura, e tuas ‎ocupações. Contra quem, com efeito, ‎sente amargura? Contra a maldade dos ‎homens? Lembra-te do conceito de que os ‎seres racionem nasceram uns pra os ‎outros, que suportasse mutuamente é uma ‎parte da justiça, que os homens pecam ‎involuntariamente, que todos os que atem ‎agora se malquistaram suspeitaram uns ‎dos outros, se adiaram, se crivaram de ‎golpes de lança, jazem reduzidos a cinzas. ‎Em fim, acalma-te. (...) E, sobretudo, não ‎te atormentes, não te ponhas tenso; se ‎livre e olha as coisas com virilidade, ‎como homem, como cidadão, como ‎mortal. Conta dentro do numero das mais ‎chegadas máximas que te inspirarão, ‎essas duas; uma, que os acontecimentos ‎não deve afetar a alma, mas manter-si ‎fora de seu alcance, pois os ‎aborrecimentos nascem apenas do ‎julgamento do espírito. A outra que todas ‎as coisas que tu vês serão, quando ainda ‎não o foram, transformadas, e não ‎existirão mais. E quantas transformações ‎já te testemunham! Lembra-te ‎constantemente: o mundo é mudança; a ‎vida, substituição.‎




PEDRO FREIRE RIBEIRO.‎
‎ ‎

‎ ‎

CANÇÃO DO HARPISTA‎.

Próspero será ele, o bom príncipe,‎
Mesmo quando a boa fortuna se for!‎
Gerações passam e outras permanecem,‎
Dês de o tempo dos antepassados.‎
Os deuses que viveram antigamente repousam em suas pirâmides,‎
E assim também os mortos beatificados.‎
Aqueles que construíram casas – elas já não existem –‎
Vê o que foi feito deles!‎
Eu ouvi as palavras de li-em-hotep e Hor-dedef,‎
De cujos discursos os homens tanto falam.‎
Como estão suas moradas agora?‎
Seus muros caíram e elas não mais existem –‎
Como se nunca tivesse existido!‎
Não há ninguém que tenham voltado do alem,‎
‎ Para dizer qual o seu estado,‎
Para contar-no suas necessidades,‎
Para tranqüilizar nossos corações,‎
Até quando viajamos para onde eles foram.‎
Deixa seus desejos florescerem,‎
Para que teu coração esqueça os ritos funerários que um dia terás.‎
Satisfaz teus desejos enquanto viveres.‎
Põe mirra sobre tua cabeça, veste teu corpo com fino linho,‎
E unta-te com o maravilhoso olho dos deuses. ‎
Aumenta tua riqueza e não deixe teu coração esmorecer.‎
Segue teus desejos e procura teu bem.‎
Realiza teus anseios sobre a terra, de acordo com seu coração,‎
Até que venha o dia das lamentações.‎
O coração exaurido não ouve os lamentos
E os prantos não salvam do alem o coração de um homem.‎

Alegra-te, não te angustieis!‎
Olha, não é permitido a um homem levar para o alem o que possui.‎
Olha, não há ninguém que parta e que possa retornar!‎

Pedro Freire Ribeiro.‎

sábado, 20 de novembro de 2010

ODU EGI-ONILE - ODU N° 8‎

ISILE levou um bicho de quatro pés à parte mais elevado de uma montanha para oferecer ‎em holocausto e daí foi fecundados EGI-ONILE, na terra com os bichos de quatro pés ‎servindo de fecundação de EGI-ONILÉ nasceu kunamam. Egi-ogbé é o mesmo que Ogbe-‎
‎ Meji, mas por ser o mais velho e também o Rei dos Odus é o único que tem o direito de ser ‎chamado de Egi-ogbé as pessoas que consultam Bará o chamam de Egionilé que é uma ‎contração de Egi i ‘onilé que quer dizer aquele que é o dono da terra , o dono do mundo.‎

FUNDAMENTO.‎

Egi-Ogbé é o mais velho e o pai dos Odus governando todos os demais ele é o nascente. ‎Sua principal função é a de estimular a vida, comandar o mundo, assegurar as colheitas, é o ‎senhor do dia e do que se passa na terra durante o dia, controla o firmamento durante a ‎claridade, a respiração a coluna vertebral e o mundo externo. de Egi-Ogbé depende os rios , ‎a chuva o mar os vasos sanguíneos, sem o sangue a cabeça dos homens e dos bichos não há ‎vida,o passaro lêquêlêquê, consagrado a Oxalá, o cachorro o lókos as montanhas a terra o ‎mar, os “brancos”.‎

PERÇONALIDADE.‎

Parte negativa briga e desavença, fuxico, traição, mentira. Esse Odu engana até a morte, é ‎muito mentiroso. Quando aprece este Odu levanta-se três vezes em referencia a Oxalá e ‎Oxaguiã. ‎
‎ ‎

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

obrigação de Carlos de Oxalufã


Foto da Casa de Candomblé da Mãe Neusa de Oxum.
E Pai Tafaroji.na Cidade de Mongaguá Rua Arpoador nº176 Balneario Jussara Bixada Santista Estado SP.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Oxóssi no novo mundo.

O culto de Oxósse encontra-se quase extinto na África, mas bastante difundido no Novo Mundo, tanto em Cuba como no Brasil.Na Bahia, chega-se mesmo a dizer que ele foi rei de Keto, onde outrora era cultuado. Isso se explica, talvez, pelo fato destes pais ter sido completamente destruído e saqueado pela tropa do rei de Daomé, no século passado, e seus habitantes, inclusive os iniciados de Oxóssi, foram vendidos como escravo para o Brasil e Cuba Esses africanos trouxeram com sigo o conhecimento do ritual de celebrarão desse culto. Chegou-se a tal ponto que, embora existindo ainda em Keto os locais onde Oxossi ao desse culto. Chegou-se a tal ponto que, embora existindo ainda em Keto os locais onde Oxossi recebia outrora oferendas e sacrifícios, já não existe atualmente pessoas que saibam e desejam cultuá-los.


No Brasil, seus numerosos iniciados usam colares de contas azul-esverdeadas e quinta-feira é o dia da semana que lhe é consagrado.Seu símbolo é como na África, um arco e flecha em ferro forjado. Sacrificam-lhe porcos e são-lhe oferecidos pratos de feijão preto ou fradinho com eram apetere (miúdos de carne).

Oxossi é sincretizado na Bahia com São Jorge e com São Sebastião no Rio de Janeiro, enquanto em Cuba ele é São Norberto.



No decorrer do “cheire” dos orixás, ele segura em uma das mãos o arco e a flecha, seus símbolos, e na outra um “erukuerê”(espanta-moscas), insígnia de dignidade dos reis da África e que lembra ter sido ele rei de Keto. Suas danças imitam a caça, a perseguição do animal e o atirar da flecha.Oxóssi é saudado com o grito “Okê!”



Conta-se no Brasil Oxossi era irmão de Ogum e de Exu, todos os três filhos de Iemanjá. Exu era indisciplinado e insolente com sua mãe e por isso ela o mandou embora.

Os outros dois filhos se conduziram melhor.Ogum trabalhava no campo e Oxossi caçava na floresta das vizinhanças, de modo que a casa estava sempre abastecida de produtos agrícola e de caça. Iemanjá,no entanto,andava inquieta e resolveu consultar um babalaô.

Este lhe aconselhou proibir que Oxossi saísse à caça, pois se arriscava a encontrar Ossae,aquele que de tem o poder das plantas e que vivia nas profundezas da floresta. Oxossi ficaria exposto a um feitiço de Ossae para obrigá-lo a permanecer em sua Campânia. Iemanjá exigiu,então, que Oxossi renunciasse sua atividade de caçador. Este, porém, de personalidade dependente, continuou sua incurções à floresta. Ele partia com outros caçadores, e como sempre faziam, uma vez chegado junto á uma grande arvore (ìrókó) separavam-se, protegendo isoladamente, e voltavam a encontrar-se no fim do dia e no mesmo lugar. Certa tarde, Oxossi não voltou para o reencontro, nem respondeu aos apelos dos outros caçadores.Ele havia encontrado Ossaen e este lhe dera para beber uma porção onde foram maceradas certas folhas, como a amúnimýè, cujo nome significa “apossa-se de uma pessoa de sua inteligência “, o que provocou em Oxossi uma amnésia. Ele não sabia mais quem era nem onde morava. Ficou, então, vivendo nas matas com Ossaen, como predissera o Babalaô.

Ogum inquieto com a ausência do irmão partiu a sua procura, encontrando-o nas profundezas da floresta. Ele o trouxe de volta, mas Iemanjá não quis mais receber o filho desobediente Ogum, revoltado pela intransigência materna, recusou-se a continuar em casa (é por isso que o lugar consagrado a Ogum esta sempre instalado ao ar livre).Oxóssi voltou para a companhia de Ossaen, e Iemanjá, desesperada por ter perdido seus filhos, transformou-se num rio, chamado Ogum(não confundir com Ogum, o orixá).

O narrador desta lenda chamou atenção para o fato de que “esses quatro deuses ioruba-Exu Ogum Oxossi e Ossaen- são igualmente simbolizado por objetos de ferro forjado e vivem todos ao ar livre”.


tirado do livro ORIXÁS Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo
do escritor Pierre Fatumbi Verger

terça-feira, 8 de junho de 2010

Águas de Gêge


*
Você que tem sete anos de Santo feito, ou mais, que por alguma razão esteja desprovido de certos conhecimentos sobre fundamento de Santo e a vida dos Orixás que com certeza necessita. Se for do seu interesse procure Mãe Neusa de Oxun que pode te auxiliar no que for necessário, com os principais fundamentos em um Adeká em 40 capítulos que evoca nação de Gêge, Ketu e Ebá.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

“ IFÁ, O ORIXÁ DOS VATICÍNIOS ”

“A LENDA DE IFÁ ”.

Ifá é o Orixá de maior expressão dentro do Candomblé, possuidor de todos os mistérios do destino humano, por ser ele um Orixá de quatro olhos, dois dormem de dia e os outros dormem à noite. Foi entre todos os Orixás escolhidos por Orunmilá e Obatalá, para ser o guardião dos segredos e mistérios de ambos.

No princípio do mundo, existiam indivíduos incapazes de ouvir ver e calar, era no Reino de Abeokutá na África e no Reino de Obatalá, chegou ao ponto desses indivíduos se transformarem em clamor publico. Como não podia deixar de ser, chegou ao conhecimento dos soberanos o desgosto em que vivia seu povo, então eles resolveram em uma reunião secreta, escolher um homem que tivesse olhos e não enxergasse, tivesse ouvidos apurados e não ouvisse, e boca e não falasse.

Isto acertado resolveram eles dar uma grande festa, primeiro no Reino de Abeokutá, para onde mandaria Obatalá seus nobres, e a segunda no Reino de Obatalá, para onde mandaria o seu Rei a neta de seus nobres, e assim foi feito. Os nobres de Obatalá foram convidados pelo Reino de Abeokutá, e Ifá magnificamente recepcionados com o banquete e festa a eles oferecida. De regresso ao seu reino desmandaram a contar tudo que viram e fizeram críticas de tudo sem guardar nenhum segredo, ficando Obatalá profundamente aborrecido por não encontrar em seus nobres um capaz de guardar consigo o que sabia.

Foi então organizada a festa no Reino de Obatalá, para onde foram convidados os nobres do Reino de Abeokutá, entre eles havia um que não era bem visto pelos demais, por ser calado e gostar de andar sozinho, e também só comia tudo de dois em dois, tinha quatro olhos, como também não permitia que mulher alguma pegasse no que era seu, sempre carregava em grande saco as costas, que servia de brincadeiras para seus pares, no que ele sempre respondia um dia vocês virão a precisar de mim. No que aumentava as brincadeiras dos seus pares. Assim partiram eles para o interior da costa da África, sem darem maior importância ao nobre de saco nas costas. Lá chegando de tudo reparavam e criticaram sem lembrarem-se que ali estavam como nobres convidados de Obatalá, a não ser o velho de saco às costas, que tudo via e nada via, tudo ouvia e nada dizia, assim chegou o dia do banquete onde havia de tudo do bom e do melhor de comidas africanas: ovelha, galos, galinha, patos, galinha d’angola, ogbi, obi, orobô, cebola, óleo de dendê, vinho de palmeira, ebô, bananas, acaçás brancos doa costa, acarajé, abará, efó, ekurú, vatapá, caruru e aberém.

E assim como toda a comitiva comeram e beberam a vontade, porém o nosso velho que de tudo comia colocava um pedaço no saco que trazia consigo, como também de tudo que bebia colocava em pouco em uma cabaça, e que aumentou mais a crítica de seus pares, que não hesitaram em chamá-lo de guloso. Ao regressarem ao seu Reino, vieram eles a comentarem e criticar tudo que viram e ouviram, deixaram o velho do saco para trás, pois que do seu saco exalava um grande mau cheiro.


Pois antes do regresso Obatalá, mandou que seus servos partissem tantos obis, quantos era o número dos seus convidados e enchesse de ouro e prata, e ofertou a cada um deles uma bolsa, dizendo-lhes que era uma lembrança da festa, eles então recusaram dizendo que não podia aceitar, por ter seu pai Orunmilá, proibido que eles comessem aquela fruta, porém, Exu não tinha fé em nada, e aceitou logo duas, ora não deixou Obatalá de censurar o procedimento de Exu, foi então que explicaram a história de Exu. E assim chegaram eles ao Reino do seu Pai, que imediatamente passou a interrogá-los e eles não esclareciam nada do que viram e ouviram, quando o pai perguntou-lhes se não tinham lembrado dele, aos seus nobres, responderam-lhe:

- Não o esquecemos um só minuto, Senhor Então perguntou o Pai:

-E que provas me dás de que não me esqueceram?

Eles abaixaram a cabeça e nada responderam, e por sentir a falta de nosso velho, por ele perguntou:

- Onde está o homem de quatro olhos?

Responderam que ele vinha muito atrasado, pois carregava um enorme saco cheio de tudo que havia no banquete exalando mau cheiro. Ordenou então que ao chegar viesse a presença dele, Orunmilá.

Exu que chegou todo sujo e esfarrapado pegou seus dois orobôs partiu os para cozinhar e comê-los, eis que teve a surpresa, por encontrar prata e ouro em profusão, mais do que depressa correu a loja e comprou o que havia de melhor e ricamente trajado apresentou-se no meio dos outros que admirados perguntaram:

- Kiloxê, Oumim Oba-Obé.

Respondeu-lhes Exu:

- Xale, Ogun o Nirê, Oreguê, Forogun, Madê Oreguedê.

Dois dias depois chegou o nosso velho, que se apresentou imediatamente ao pai, ora, os seus pares correram logo para assistirem o que ele iria dizer ao Pai, e assim ficaram na expectativa, aí na presença de todos passou o Pai a travar com o nosso velho o seguinte diálogo:

Pai: - como foi a viagem meu filho?

Velho: - bem meu pai.

Pai: - que viste e ouviste por lá?

Velho: - Senhor, vi e ouvi muita coisa.

Pai: - e não me contas o que viste e o que ouvistes?

Velho: - Senhor, eu fui convidado, e não espião, por isso não fica bem dizer o que vi e ouvi, porque nada do que vi e ouvi refere-se ao nosso Reino.

Pai: - e lá tu lembraste de mim?

Velho: - sim, meu Pai.

Pai: - e que provas me dá?

Velho: - eis aqui meu Senhor, abrindo o saco mostrou ao Senhor seu pai tudo o que nele havia, dizendo, sei que não serve para meu Pai comer nem beber, porém foi a única maneira que encontrei de provar que não estava esquecido de Vós.

Então o Pai, levantou-se e perante todos abraçou seu filho dizendo:

- Tu serás o guardião de meus segredos, só tu participarás e só tu poderás revelar o passado, o presente, e o futuro de todos nós. Serás o grande conselheiro do meu reino, e serás ouvido em todas as questões que houver. Tu serás o grande inimitável Ifá. Eis porque, quando alguém encontrar um velho e de abada amarelo com barrete na cabeça, um fio de contas verde e amarelo no pescoço, e uma mochila do lado que traz dentro dela uma esteirinha de costa, 42 búzios da costa, um obi, um orobô, e oito bolinhas de dendê. Estará diante de Ifá, que bem poucos Babalorixás conhecem.
Este Orixá, não incorpora na cabeça de ninguém, quando porém, alguma pessoa tem a ventura de tê-lo como principal, o Orixá Ifá, faz-o o assentamento de Ifá, e faz-se Orixá Ogun ou Oxun. As Oxun, que se faz no lugar de Ifá, são as seguintes: Oxun Abotô, Oxun Ypondá, Yêyê Mouô, que são as Apetibi de Ifá.

“CORRESPONDENCIA DOS ODUS DO YFÁ”

COM RELAÇÃO AOS BÚZIOS


OPELE YFÁ AGBÀ ODU – “ÁFRICA” KAURIS (BÚZIOS) – “BRASIL”

1) - OGIOBÈ----------------------------------1) – OKARAN
2) – OYEKU – MÈJÍ--------------------------2) – EJIOKO
3) – WORI – MÈJÍ----------------------------3) – ETAOGUNDÀ
4) – ODI – MÈJÍ------------------------------4) – IOROSUN
5) – IOROSUN – MÈJÍ------------------------5) – OSE
6) – OWARIN – MÈJÍ-------------------------6) – OBARA
7) – OBARA – MÈJÍ---------------------------7) – ODI
8) – OKARAN – MÈJÍ-------------------------8) – EJIONILE
9) – OGUNDÀ – MÈJÍ-------------------------9) – OSSA
10) – OSSA – MÈJÍ---------------------------10) – OJIOFUM
11) – YKA – MÈJÍ-----------------------------11) – OWARIN
12) – OTUOPORAN – MÈJÍ-------------------12) – EJILASEBORA
13) – OTUA – MÈJÍ---------------------------13) – ODILOBAN
14) – IRETE – MÈJÍ---------------------------14) – YKA
15) – OSE – MÈJÍ------------------------------15) – OBEGUNDA
16) – OFUN – MÈJÍ----------------------------16) – ALAFIA


OBSERVAÇÃO:

O jogo de OPELE YFÁ deve ser somente jogado por homem, e principalmente por aquele que tem realmente cargo, ou seja, “CARGO DE ALUWO”, e nós aqui no Brasil usamos na maioria das casas antigas até as mais novas o JOGO DE KAURIS – que adaptado ao OPELE YFÁ – com todos os seus versos e ensinamentos, podem ser usados normalmente pelos BABALORISAS e YALORISAS – que realmente detenham o conhecimento, esta investidura fascinante adivinhatória, é estudada um pouco diferente, porém que no final traduzem as mesmas respostas dos nossos ancestrais e ORIXÁS e tanto isso é verdade que aí está o CANDOMBLÉ no Brasil cada vez mais forte e divulgado, não pertencendo a somente como antigamente a um grupo reduzido de escravos crentes, mas a uma sociedade cada vez mais elitizada, esclarecida e culta, que para o nosso bem religioso elevará com os conselhos dos nativos antigos, que devemos respeitar o nome dessa RELIGIÃO MAGNÍFICA QUE É O CANDOMBLÉ. Hoje já é comum ver-se um doutor ou doutora, intelectuais e pesquisadores deitados em uma esteira fazendo santo ou tomando obrigações de cabeça, e porque não? ... Dependerá somente de nós, daquilo de bom que transmitimos, para todos os que nos procuram e aceitam a nossa RELIGIÃO.

Comunicado:

Devido à ética que nós ZELADORES DE SANTO, temos que ter muitas coisas sobre fundamento, não pode ser exibido para o povo em geral, uma delas é o jogo dos Odus. Mas como existe muita gente jogando Búzios, totalmente desprovido de conhecimento sobre o assunto, talvez por falta de oportunidade de aprender com quem saiba e quem possa ensinar o certo, ou até mesmo devido à situação financeira das pessoas que se valem do jogo de Ifá para ganhar alguns.
Então para estas pessoas resolvi escrever algumas coisas a respeito. Para que elas vêem que o jogo de Ifá não é brincadeira, e muito menos uma fonte de renda de onde as pessoas podem tirar o sustendo para si próprio ou mesmo para as suas famílias.

Aproveitando-se da ingenuidade e boa fé do povo carente.

Axé a todos...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

APRESENTAÇÃO - Sobre universo dos Odus

Este trabalho de pesquisa que estão guardados por muitos anos, por zelador importante e antiguíssimo já falecido e cujo nome por questão de ética não é neste trabalho mencionado, mas que vem dar uma contribuição enorme para aqueles que com muito sacrifício vem tentando de uma maneira ou de outra conseguir uma oportunidade para conhecer os segredos e mistérios que envolvem os divinos e místicos ODUS e seus OMO-ODUS, dentro de uma característica de beleza e magia que ao tomar-mos conhecimento ficamos contagiados, pelas diversas formas como se apresentam os destinos que regem as pessoas, cujos arquétipos são dos mais variados, porém que são perfeitamente enquadrados dentro do motivo discursivo de suas origens e propriedades do contexto.
Você tomará conhecimento de duzentas e cinqüenta e seis Odus, dos quais você terá também a sua disposição duzentos e cinqüenta e seis ebos, próprios dos Odus, que lhe ajudarão a tirar qualquer pessoa do desespero em que vivem desde que estes karmas ou provações realmente não lhes pertençam, e estejam sendo atuados, tão somente por um ciclo de infelicidades constantes da roda da vida, É sabido pelos estudiosos sacerdotes, de que muitas coisas que passamos na vida por momentos não nos pertencem realmente. Adquirimos cargas magnéticas negativas motivadas pelo ambiente que às vezes freqüentamos, como se fossemos verdadeiros pára-raios, consequentemente da nossa mediunidade expressiva, que podem atrair tudo que no ambiente bom ou ruim por ventura estejamos presentes.
As lendas dos Odus, os seus encantamentos, o que realmente trazem e nos transmitem seus nativos são por demais fascinantes, e se os sacerdotes têm em sua sabedoria os problemas dessa ciência oculta e mística, fatalmente saberão atenuar os sofrimentos de muita gente perdida neste mundo tão conturbado pela violência, pela maldade, pela falta de amor e principalmente pela crença real de que um dia foi agraciado pelo criador, para que viéssemos a Terra para tomar-mos o contato do hálito divino da vida que é tão boa e tão linda, e das quais muitos dos filhos da Terra se esqueceram de que o CRIADOR ainda existe, e está presente em todo ser, numa partícula dentro de nós.
Você que nunca tomou conhecimento e um contato mais aprofundado com os magníficos Odus, não devem estranhar os tipos de ebos diferentes e característicos, por que conforme informamos acima eles são adequados exatamente para os Odus. Atente que no decorrer das dissertações, você vai tomar conhecimento delas, e como bom observador verá que nos ebos de Odus não se usa sacrifícios de animais em hipótese alguma e os ingredientes e materiais usados são também diferentes. Os animais são usados, porém soltos e vivos, como uma referencia de preservação à vida. Aí estão algumas orientações para seu uso, você que agora, vai entrar nesse mundo espiritual maravilhoso, e que lhe trará muitas satisfações de ver resolvido quando realmente a pessoa merecer, todos os problemas que o afligem, e nesse momento sem vaidade, vão se sentir mais felizes, você que é um verdadeiro crente e respeita este sistema de trabalho por Odus.