terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CANÇÃO DO HARPISTA‎.

Próspero será ele, o bom príncipe,‎
Mesmo quando a boa fortuna se for!‎
Gerações passam e outras permanecem,‎
Dês de o tempo dos antepassados.‎
Os deuses que viveram antigamente repousam em suas pirâmides,‎
E assim também os mortos beatificados.‎
Aqueles que construíram casas – elas já não existem –‎
Vê o que foi feito deles!‎
Eu ouvi as palavras de li-em-hotep e Hor-dedef,‎
De cujos discursos os homens tanto falam.‎
Como estão suas moradas agora?‎
Seus muros caíram e elas não mais existem –‎
Como se nunca tivesse existido!‎
Não há ninguém que tenham voltado do alem,‎
‎ Para dizer qual o seu estado,‎
Para contar-no suas necessidades,‎
Para tranqüilizar nossos corações,‎
Até quando viajamos para onde eles foram.‎
Deixa seus desejos florescerem,‎
Para que teu coração esqueça os ritos funerários que um dia terás.‎
Satisfaz teus desejos enquanto viveres.‎
Põe mirra sobre tua cabeça, veste teu corpo com fino linho,‎
E unta-te com o maravilhoso olho dos deuses. ‎
Aumenta tua riqueza e não deixe teu coração esmorecer.‎
Segue teus desejos e procura teu bem.‎
Realiza teus anseios sobre a terra, de acordo com seu coração,‎
Até que venha o dia das lamentações.‎
O coração exaurido não ouve os lamentos
E os prantos não salvam do alem o coração de um homem.‎

Alegra-te, não te angustieis!‎
Olha, não é permitido a um homem levar para o alem o que possui.‎
Olha, não há ninguém que parta e que possa retornar!‎

Pedro Freire Ribeiro.‎

Nenhum comentário:

Postar um comentário